terça-feira, julho 04, 2006

Comunicação de Mudança de Campo - Cova Piedade 2 Julho 2006



  1. Em primeiro lugar, digo-vos que aquilo que vos vou transmitir, nesta manhã, dos meus lábios só souberam os membros do ministério desta Igreja (no local próprio) e, como é óbvio, a minha família. Gostava que todos os irmãos o soubessem em primeira-mão de mim mesmo, mas parece que isso não vai ser uma realidade…

  1. Em segundo lugar, quero dizer-vos a decisão que tomámos foi das decisões mais difíceis da nossa vida. Acabei de fazer 29 anos e alguns dos irmãos conhecem-me há mais de 27, viram-me crescer, ir para escola, acompanharam o meu crescimento físico e espiritual, foram testemunhas do meu baptismo, do meu namoro, da minha ida para o IBAD, do meu casamento, do começo do meu serviço na Igreja, do meu crescimento ministerial…e, por tudo isto e muito mais, fazem parte da minha história pessoal…

  1. Mas, nesta altura, tendo em conta todas as circunstancias, os nossos sonhos e desejos espirituais e ministeriais, as nossas vivências a nível físico, emocional e espiritual; tendo em conta a nossa visão, as nossas experiências e as necessidades do povo de Deus. Por outro lado, fazendo uma avaliação da nossa vida e dos desejos de Deus para nós, eu e a minha família chegámos á conclusão que era o tempo de darmos um passo em frente na nossa caminhada ministerial…

  1. E é por isso que nós hoje (com tristeza no nosso coração, mas convictos de que é a melhor decisão nesta altura) informamos os irmãos que, se Deus o permitir, no dia 8 de Outubro iremos despedir-nos temporariamente dos irmãos para nos deslocarmos até à cidade de Paris, capital francesa, para assumirmos ali a responsabilidade da Assembleia de Deus Portuguesa e de todo o trabalho entre os portugueses na França.

  1. Pedimos aos irmãos que aceitem e compreendam esta nossa decisão e se, não for pedir demasiado, pedimos que nos apoiem neste momento difícil mas importante para nós. Que as vossas orações possam estar connosco, pois que certamente as nossas orações estarão certamente sempre convosco. Muito obrigado por tudo meus queridos irmãos, amigos e companheiros nesta jornada.

Estudo Biblico - Costa Caparica 2 Julho 2006

A doutrina da Trindade na Bíblia

Na doutrina da trindade, encontramos uma das doutrinas que de facto distinguem o cristianismo. Entre as religiões do mundo, a fé cristã é sem igual ao alegar que Deus é um mas que, ao mesmo tempo, há três pessoas que são Deus.

Esta doutrina bíblica ensina-nos que Deus existe como três pessoas sendo porém um só Deus, o ensino bíblico sobre a Trindade diz-nos que todos os atributos de Deus valem para as três pessoas, pois cada uma delas é plenamente Deus.

A doutrina da Trindade é uma das mais importantes da fé cristã.

Com ela aprendemos que, em si mesmo, no seu próprio ser, Deus existe nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sendo porém um só Deus.

Podemos definir a doutrina da Trindade do seguinte modo: Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus.

  1. A Doutrina da Trindade Revela-se Progressivamente nas Escrituras

  1. A revelação parcial no Antigo Testamento


  • A palavra Trindade não se encontra na Bíblia, embora a ideia representada pela palavra seja ensinada em muitos trechos das Escrituras. Trindade significa “tri-unidade” ou “três-em-unidade”. É usada para resumir o ensino bíblico de que Deus é três pessoas, porém um só Deus.


  • Às vezes pensa-se que a doutrina da Trindade se encontra somente no Novo Testamento, e não no Antigo. Se Deus existe eternamente em três pessoas, seria surpreendente não encontrar indicações disso no Antigo Testamento.


  • Génesis 1.26: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. O que significa o verbo (“façamos”) e o pronome (“nossa”), ambos na primeira pessoa do plural? A melhor explicação é que já nos primeiros capítulos de Génesis temos uma indicação da pluralidade de pessoas no próprio Deus.


  • O mesmo se pode dizer de Génesis 3.22: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal”; Génesis 11.7: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem” e Isaías 6.8: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?.


  • Além disso, em determinadas passagens uma pessoa é chamada “Deus” ou “Senhor” e distinguida de outra pessoa também chamada de Deus, por exemplo no Livro dos Salmos: “O teu trono, ó Deus, perdurará para todo o sempre (…) Tu amas a justiça e odeias a iniquidade; portanto, Deus, o teu Deus, te estabeleceu acima dos teus companheiros e ungindo-te com óleo de alegria”. No Novo Testamento, o autor de Hebreus cita esta passagem e a aplica a Cristo (Hebreus 1.8).


  • Do mesmo modo, em Salmos 110.1, David diz:”Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te á minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. Jesus correctamente entende que David se refere a duas pessoas distintas como Senhor (Mt 22.41-46), mas quem é o “Senhor” de David senão o próprio Deus? E quem poderia dizer a Deus “Assenta-te á minha direita”, excepto alguém que também seja plenamente Deus?


  • Existem muitos outros textos que poderíamos citar, que apresentam a mesma verdade (Isaías 63.10; Malaquias 3.1-2; Oséias 1.7; Isaías 48.16; Provérbios 8.22-31; e vários textos que nos falam da figura do Anjo do Senhor)

  • A Revelação mais completa da Trindade no Novo Testamento


  • Quando do baptismo de Jesus, o texto bíblico diz-nos:”eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo” (Mateus 3.16-17). Aqui, ao mesmo tempo, temos os três membros da Trindade realizando três acções distintas. Deus Pai fala dos céus; Deus Filho é baptizado e depois ouve a voz de Deus Pai vinda do céu; e o Espírito Santo desce do céu para pousar sobre Jesus e dar-lhe poder para o seu ministério.


  • No fim do seu ministério terreno, Jesus diz aos céus discípulos que eles devem ir e fazer “discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19)


  • Quando nos damos conta de que os autores do Novo Testamento geralmente usam o nome “Deus” (theos) para se referir a Deus Pai e o nome “Senhor” (Kyrios” para se referir a Deus Filho, fica claro que há outro termo trinitário em I Coríntios 12.4-6:”Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos”


  • II Coríntios 13.13:”A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.


  • Efésios 4.4-6:”Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”.


  • I Pedro 1.2:”… eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para obediência e a espersão do sangue de Jesus Cristo…”


  • I João 5.7:”Pois são três os que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e esses três são um”.

  1. Três declarações que resumem o Ensino Bíblico

Em certo sentido a doutrina da Trindade é um mistério que jamais seremos capazes de entender plenamente. Podemos, todavia, compreender parte da sua verdade resumindo o ensino das Escrituras em três declarações: 1- Deus é três pessoas; 2- Cada pessoa é plenamente Deus; 3- Há só um Deus.

  1. Deus é três pessoas


  • O facto de ser Deus três pessoas significa que o Pai não é o Filho; são pessoas distintas. Significa que o Pai não é o Espírito Santo, mas são pessoas distintas. E significa que o Filho não é o Espírito Santo. Essas distinções se mostram em várias das passagens citadas anteriormente, bem como em muitas outras passagens do Novo Testamento.


  • João 1.1-2:”No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus”. O facto de o Verbo estar “com” Deus prova que ele é distinto de Deus Pai.


  • I João 2.1:”Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.


  • O Pai também não é o Espírito Santo, tampouco o Filho é o Espírito Santo; João 14.26:”Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito

  1. Cada pessoa é plenamente Deus


  • Primeiro, Deus Pai é claramente Deus, isso é claro desde o primeiro versículo da Bíblia, no qual Deus cria os céus e a terra, e fica claro em todo o Antigo e Novo testamento.


  • Também, o Filho é plenamente Deus, João 1.1-4: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.”


  • “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu” (João 20.28)


  • Tito 2.13: “…nosso grande deus e Salvador Cristo Jesus”; II Pedro 1.1”…justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”; Colossenses 2.9:”porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade”.


  • Além disso, o Espírito Santo é também plenamente Deus – Actos 5.3-4


  • Jesus reivindicava plena divindade para o Espírito Santo:”E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João 14.16), Jesus está a ensinar que o Espírito Santo será outro ajudador da mesma natureza que Ele, do mesmo tipo, ou seja, tudo o que pode ser dito sobre a natureza de Jesus pode ser igualmente afirmado sobre a natureza do Espírito Santo, pois eles são ajudadores do mesmo tipo.

  1. Só Há um Deus


  • As Escrituras deixam bem claro que só existe um único Deus. As três diferentes pessoas da Trindade são um não apenas no propósito e em concordância no que pensam, mas um em essência, um na sua natureza essencial. Em outras palavras, Deus é um só ser. Não existem três Deuses. Só existe um Deus.


  • Deuteronômio 6.4-5; Isaías 45.5-6, 21-22; I Timóteo 2.5; romanos 3.30; I Coríntios 8.6.

  1. Conclusão

  • Depois de tudo o que analisamos, torna-se claro que este é um dos assuntos mais complexos e de difícil compreensão nas Escrituras, no entanto não é correcto dizer que não podemos compreender nada da doutrina da Trindade. Certamente podemos compreender e saber que Deus é três pessoas, e que cada pessoa é plenamente Deus, e que só há um Deus.

  • Tudo isto não deixa de ser complexo para a nossa mente, de facto, nos é espiritualmente saudável reconhecer abertamente que o ser divino em si é tão imenso que jamais poderemos vir a compreendê-lo. Isso nos humilha diante de deus e leva-nos a adorá-lo sem reservas.

  • Dizer que “Deus é três pessoas e só há um Deus” não é uma contradição. É algo que não conseguimos compreender e, portanto, um mistério ou paradoxo, mas que não nos deve perturbar, pois os diferentes aspectos do mistério são claramente ensinados nas Escrituras; e, como somos criaturas finitas e não divinamente omniscientes, sempre haverá (por toda a eternidade) coisas que não compreenderemos por completo.

  • Tertuliano estava certo ao afirmar que a doutrina da Trindade tem que ser divinamente revelada, não construída por seres humanos. Ela é tão absurda para os padrões humanos que ninguém a poderia inventar.

  • Não defendemos a doutrina da trindade porque é evidente por si ou logicamente convincente. Nós a defendemos porque Deus revelou que Ele é assim.

  • Como alguém disse acerca desta doutrina: Tente explicá-la, e perderá a cabeça; Mas tente negá-la, e perderá a alma.

terça-feira, junho 13, 2006

ENJUV 2006 - Porto

Tema: Influenciados – Influenciando

Texto Bíblico: Romanos 12.1-2

Introdução:

Não temos quaisquer dúvidas em relação à actualidade deste tema, acerca da sua pertinência e importância para a vida da Igreja nos dias que correm, bem como da juventude cristã evangélica.

Cada vez mais vivemos numa sociedade aberta, sem fronteiras, onde a informação circula com liberdade e, por esse motivo, somos diariamente bombardeados com uma multiforme quantidade de informações, que tentam influenciar o nosso pensamento e criar correntes de opinião.

Isto acontece em todas as áreas da nossa vida, na área social, mental, física, ética e, sem dúvida, na área espiritual.

Verificamos que as correntes de opinião mudam a uma velocidade avassaladora e aquilo que eram comportamentos reprováveis num passado recente, tornaram-se totalmente aceitáveis; aquilo que era dado como adquirido e inquestionável tornou-se desactualizado e retrógrado.

Podemos lembrar-nos de algumas coisas, tais como a liberalização das drogas, a prática livre do aborto, a proliferação da pornografia, as práticas homossexuais, a sexualidade fora e antes do casamento - tudo isto tem-se tornado perfeitamente banal na sociedade anticristã (não pós-cristã, pois no mundo existem 2 biliões de cristãos, dos quais quase metade são evangélicos/protestantes e, desses, a maioria são pentecostais – é o grupo religioso que mais cresce no mundo) em que estamos a viver.

Por outro lado, a cada momento surgem novas ideias tais como: Jesus ter sido casado, ter tido filhos, Judas ser o seu melhor amigo, Maria Madalena ser a sua companheira preferida, etc.…

Podemos associar tudo isto a ideias como: todas as religiões são iguais, todos os caminhos de alguma maneira levarão a deus, a proliferação do ocultismo, das manifestações religiosas orientais, etc.

No meio de tudo isto o que é que nós, como Igreja, temos para dizer? Qual é a nossa posição diante de tudo isto? Porventura temo-nos deixado influenciar… ou estaremos a tomar uma posição de influenciadores?

Sem dúvida que a Igreja deve tomar uma posição de vanguarda, de arauto da voz de Deus - não nos podemos calar nem deixar-nos influenciar pela sociedade que nos rodeia; antes devemos ter uma voz activa em questões de natureza social, ética e espirituais.

Devemos assumir a posição dos profetas do Antigo Testamento, que não se conformavam com a situação espiritual, ética e social do seu povo (completamente vencido pelos conceitos pagãos dos seus vizinhos) e que clamavam, cada vez mais alto, a expressão da vontade de Deus e da condenação de Deus diante das escolhas do povo.

Sem dúvida que, nestes tempos em que estamos a viver, somos chamados a sermos correctamente influenciados para que possamos influenciar de uma forma efectiva.
A nossa reflexão nesta manhã centra-se nessa ideia - de deixarmos que o Espírito Santo de Deus possa influenciar a nossa vida para que nós possamos, depois de influenciados, ser uma força influenciadora na nossa sociedade, na família, na escola, no trabalho, com a vizinhança, etc.

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifico vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12.1-2)

Neste texto, o apóstolo lança um pedido á Igreja (como a expressão rogo-vos indica). O seu pedido é para que a Igreja reaja á demonstração da compaixão/misericórdia/amor de Deus; ora, na visão de Paulo, a única maneira apropriada da Igreja reagir a essa acção do próprio Deus é pela entrega incondicional á acção de Deus na nossa vida. Somente uma entrega total a Ele, como Senhor do nosso ser, é que, em última instância, conduz a uma perfeita atitude de Adoração, a uma vida que debaixo da influencia de Deus e que resplandece a Glória do Criador.



  1. O Propósito de Deus é que nós vivamos para Sua Glória

De acordo com o pensamento teológico do apóstolo Paulo, o homem foi criado com um propósito essencial – o de viver para glória de Deus: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus. (I Coríntios 10.31). A ideia inerente ao pensamento do apóstolo é que tudo o que o cristão fizer, qualquer decisão que tome, deve ser para glória de Deus. Por outras palavras a nossa vida deve estar de tal maneira debaixo da acção do Espírito que tudo o que façamos glorificará a Cristo.

No jardim do Éden o homem, no seu desejo de ser semelhante a Deus, afastou-se desse propósito. Assim, ao deixar de estar debaixo da influência de Deus, ao deixar de ser influenciado por Deus, o homem passou a estar sujeito a uma miríade de diferentes influências. É por isso mesmo que Paulo diz: Porque todos pecaram e destituídos (têm falta de …; têm necessidade de …; são inferiores ou menos que…) estão da glória de Deus. (Romanos 3.23).

O homem que está destituído da glória de Deus está obviamente longe da influência de Deus e sujeito a influências externas na sua vida.

Por outras palavras, com a queda, o ser humano passou a ficar num estado de carência do estilo de vida para o qual fora criado. Nós fomos criados para adorar e glorificar a Deus, para sermos cheios da Sua influência na nossa vida de maneira a podermos influenciar outros. Ora, o homem quando está longe de Deus, desvia-se da Sua influência e torna-se incapaz de cumprir o propósito para o qual foi criado - adorar e glorificar o Senhor.

Adão e Eva, não sendo conhecedores do bem e do mal, dependiam exclusivamente da orientação/influência de Deus para fazerem as suas escolhas e tomarem as suas decisões. Ao se afastar de Deus o homem passou a tomar decisões fora da sua influência e direcção; o desejo de Deus é que o homem, voluntariamente, confie n’Ele e na Sua direcção.

  1. Devemos entregarmo-nos totalmente a Deus (sacrifício vivo)/colocarmo-nos debaixo da Sua influência

O pano de fundo da reflexão que o apóstolo está a fazer é a linguagem sacrificial do Antigo Testamento. O sistema sacrificial judaico exigia que o adorador oferecesse no templo um animal ou fruto.
A vida no Espírito exige que nós nos ofereçamos a nós mesmos.

Para aqueles que levam algo para o altar, o acto de adoração termina, finda quando a oferta é consumida, mas para os que se oferecem, o acto sacrificial é só o começo.
Paulo vê o Cristão como um sacrifício vivo, ora isto significa que a entrega, a adoração, a influência de Deus sobre a sua vida é transferida do templo para as ruas, para o local de trabalho, para a escola, para a sua casa, etc.

O foco do ensino de Paulo é a necessidade de busca de uma nova vida – a aceitação de Cristo, renegando as antigas escolhas e influências e depositando todo o nosso ser aos pés de Cristo para sermos cheios do Espírito Santo.

Para Paulo este era o verdadeiro propósito da sua vida - deixar tudo o resto e deixar que Cristo pudesse viver a sua vida: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. (Gálatas 2.20)

O pensamento do apóstolo é claro: estar em Cristo é viver de tal maneira debaixo da sua influência que Cristo passa a viver a nossa vida; a Sua influência alcança todo o nosso ser - é como se Cristo nos vivesse.

A entrega dos nossos corpos em sacrifício vivo fala-nos do corpo com todos os seus componentes – necessidades físicas, impulsos, paixões, personalidade, temperamentos, etc.

Ou seja, se decidirmos, voluntariamente, seguir a Cristo, ser discípulos Dele, se colocarmos no altar de Deus o nosso corpo (com todos os seus componentes), se optamos por deixar que Ele viva através de nós, se optamos por ser influenciados por Ele então tornamo-nos canais da Sua influência em tudo aquilo que nos rodeia.
O centro gravitacional da vida do cristão, deixa de ser o seu próprio interesse, os bens, para ser redireccionado para Cristo e para a Sua vontade.


  1. Temos de ser transformados na nossa mentalidade

No entanto, o apresentarmo-nos no altar é apenas o passo inicial porque a natureza intrínseca do ser humano é deturpada, defeituosa.
O facto do homem viver num mundo, também ele deturpado, que segue os seus próprios instintos implica, necessariamente, essa transformação radical de vida – é preciso que o Cristão jamais se conforme com o mundo que o rodeia, pois se o cristão se conformar com os princípios desta sociedade não poderá ser um verdadeiro sacrifício vivo.

O apóstolo adverte-nos que, da mesma maneira que ao nos apresentarmos a Deus (á Sua influencia) seremos feitos semelhantes a Cristo, assim também se nos apresentarmos ao mundo (á sua influencia) isso tornar-nos-á “mundanos”. É por isso que o Cristão necessita ser continuamente transformado.

Esta metamorfose a que Paulo se refere (transformem-se) só é obtida pela renovação da mente, daí a incapacidade humana de transformar-se por si mesmo.
Renovar a mente requer uma alteração dos padrões de conduta e opções de escolhas já presentes na estrutura mental e emocional da pessoa.

É a transformação efectuada pela mente renovada que permite ao cristão viver em sacrifício diariamente.

A mente renovada tem a capacidade de discernir a vontade de Deus conforme esta se aplica á vida quotidiana. A mente que está a ser renovada pode determinar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para o viver diário.

A mente renovada tem uma abordagem crítica da sociedade que a rodeia, questiona os seus ideais, confrontando-os com o padrão das Escrituras, confrontando as verdades da sociedade com a Verdade da Mente de Deus, com o Seu padrão revelado nas Escrituras.

Uma mente renovada pensa como Deus, expõe o que está no coração de Deus, aproxima-se do mundo com os pensamentos e com a visão de Deus, cuida do mundo e influência o mundo da mesma maneira que Deus faria entre nós, porque essa mente vive como Jesus.

Uma mente renovada quer marcar a sociedade de acordo com os desejos de Deus.

Desta forma, é por uma mudança interior que o cristão deve evitar a conformidade com o padrão deste mundo (pois a renovação da mente é algo que acontece no nosso interior), devemos ser influenciados por Deus e não pelo Mundo, para que possamos ser canais da influência de Deus para a nossa sociedade.

  1. Influenciados para influenciar

Sem dúvida que é nosso desejo deixar que Deus influencie totalmente as nossas vidas. No entanto, essa acção de Deus tem um propósito – é que nós possamos tornar influenciadores.
Já ouvimos que não pode ser a sociedade a traçar os padrões pelos quais devamos viver, mas que os nossos padrões vêm de Deus. Para além disso não nos podemos esquecer que nós somos os canais da influência de Deus para a nossa sociedade.

A Bíblia revela-nos que Deus enviou o Seu Espírito sobre as nossas vidas para ser uma influência em nós de forma que nós possamos influenciar. Ora nós só seremos uma verdadeira influência na nossa terra se o Espírito controlar a nossa vida, é por isso que o apóstolo Paulo dizia: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito. (Efésios 5.18)

A ideia de Paulo encaixa na perfeição em tudo aquilo que temos estado a meditar, não nos podemos deixar embriagar com o vinho da nossa sociedade. A ideia de Paulo é que o Cristão não se pode deixar influênciar por qualquer coisa que o afaste de Deus e do Seu propósito.

Não nos podemos embriagar com o sexo fora do casamento; com a pornografia; com a filosofia anti-cristã da nossa época; com um sistema de valores não cristãos; com uma abordagem evolucionista da nossa sociedade, não nos podemos deixar engodar por tudo aquilo que traz contenda com Deus.

Mas, pelo contrário, devemos ser cheios do Espírito Santo e dos valores apresentados pelas Escrituras Sagradas.
A melhor forma de exercer influência naqueles que nos rodeiam é pela acção do Espírito em nós e através de nós.
Que as convicções de Deus possam fluir através de nós através do Seu Espírito Santo.

A Bíblia diz-nos que quando Moisés estava no monte com Deus a glória de Deus tornava-se visível no seu rosto ele não precisava de falar para que as pessoas fossem influenciadas pela sua pessoa - bastava a sua presença, pois Deus abundava em Moisés, a Sua glória era resplandecente em Moisés.
A Bíblia informa-nos que a glória de Deus era de tal forma intensa na vida do apóstolo Pedro que a sua própria sombra “efectuava” milagres.
Mais, a Bíblia diz-nos que nós, hoje, somos a morada permanente do Espírito Santo e que a glória do Espírito permanece em nós de forma abundante e não desvanecente; diz Paulo que se o ministério da Antiga aliança foi glorioso muito mais é o da Nova aliança.

Portanto, de forma alguma, devemos ser influenciados pelos valores que nos rodeiam mas o Espírito de Deus, em nós, deve influenciar-nos e atrair-nos para os valores celestiais, para o molde perfeito que é Cristo e ao mesmo tempo marcar as vidas daqueles que nos rodeiam.

Que neste dia possas aceitar os desafios do Espírito de Deus:
1- De apresentarmos toda a nossa vida a Deus (o Senhor hoje requer todo o teu ser);
2- A não nos conformarmos com esta sociedade (Ele hoje quer mudar em nós tudo aquilo que não está de acordo com o seu “molde”);
3- A deixarmos que Ele nos renove em todo o nosso entendimento, em toda a nossa vida:
4- Tudo isso só pode acontecer plenamente se deixarmos que o Espírito nos encha da Sua presença;
5- Então, sim, vamos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus e tornar-nos-emos verdadeiros influenciadores, “fazedores” de opinião e não meramente peões nas mãos desta sociedade.

quarta-feira, abril 19, 2006

Estdo Biblico Domingo de Páscoa - Costa de Caparica







A crucificação é um modo muito antigo de execução.
(A crucificação sempre tinha lugar fora dos muros da cidade e a vítima carregava a sua cruz até ao local da execução.)
A morte, usualmente, demorava muito. Raramente durava menos de 36 horas, e ocasionalmente podia durar até 9 dias.
As dores eram intensas.
Jesus levou a sua cruz, foi chicoteado com um chicote cuja ponta tinha um pedaço de metal que rasgava as carnes. Foi espancado até quase não poder ser reconhecido, e foi, a caminho do Calvário, com ferimentos abertos e hemorragias.
Foi nestas condições que o cravaram na cruz.
Foi exposto ao sol e ao calor, a enxames de moscas e aos insultos sádicos de alguns observadores.

  1. “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:33-34

No momento da sua crucificação, Jesus em vez de se preocupar com o seu próprio sofrimento e dor, em vez de clamar ao Pai por ajuda, auxílio, alívio para as dores, nas primeiras palavras que Ele profere observamos serem de preocupação, de perdão para com aqueles que lhe infligiam o sofrimento.

  • Apesar de ter uma coroa de espinhos sobre a Sua cabeça e o sangue jorrando sobre a Sua face isso não o impediu de ver o amor do Seu Pai.

  • Apesar das suas mãos que consolavam e curavam estarem cravadas impedindo-o de ajudar e animar os que o rodeavam, Ele podia orar ao Pai.

  • Os seus pés já não podiam caminhar de forma a alcançar os pecadores e os necessitados, mas Ele podia clamar ao Pai por eles.

  • Os seus discípulos já não estavam ali, para receberem os seus ensinos, mas Jesus podia interceder por misericórdia e perdão para eles.

Jesus cumpria as palavras do profeta Isaías :
“Pois ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu... “ Isaías 53:12b

Se Jesus, naquele momento, conseguiu ter palavras de perdão, não as terá hoje também, para no-las ofertar?
O apóstolo João declara:
“Se confessarmos os nosso pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1:9

E nós? Será que foste traído pelas pessoas que mais amavas e em quem confiavas? Foste abandonado por todos? Ficaste só e sentes-te sozinho?

Jesus passou por tudo isto e foi capaz de ver o rosto do Pai – faz tu o mesmo nesta hora !!!

  1. “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23:43

Dois malfeitores estão na mesma situação que Jesus – um à Sua direita e um à Sua esquerda, cumprindo-se, desta forma, as palavras do profeta: “E foi contado com os transgressores.” Isaías 53:12

Outros, perto da cruz, blasfemavam dizendo:
“Tu, que destróis o templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és o Filho de Deus desce da cruz.” Mateus 27:39,40

“Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o rei de Israel, desça agora da cruz  e creremos nele; Confiou em Deus, livre-o agora, se o ama, porque disse: Sou Filho de Deus.” Mateus 27:41-43

Um dos ladrões buscava somente alívio para aquela agonia física: “Se tu é o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós.”
No entanto, um dos salteadores, com um sentimento de culpa e fé declara: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Lucas 23:42
Este, embora passasse pelo mesmo sofrimento imediato compreendeu que o seu maior problema não era o presente, mas sim o futuro.
Não queria simplesmente ver-se livre daquela situação, queria também libertar-se da situação de miserável pecador, e dar a Cristo um lugar na sua vida.
As palavras deste malfeitor arrependido devem ter sido das mais belas expressões que  Jesus ouviu. Mesmo no meio de todo aquele sofrimento este foi um momento que mostrava que o Seu sofrimento não era em vão, mas que permitia transmitir salvação àquele homem.
Os homens tentaram destruir Jesus em todas as áreas da Sua vida, mas mesmo diante da morte ninguém pôde conter o poder de salvar.

  1. “Mulher, eis aí o teu filho. (E ao discípulo:) Eis aí a tua mãe.” João 19:26b

Mais uma vez, Jesus deixa-nos um exemplo tremendo. Mesmo com as dores que dominavam o seu corpo, o seu coração preocupa-se com os que o rodeiam e lhe são próximos. Transmite palavras de amor e cuidado para com a sua mãe.
Jesus mostra-nos que a vida cristã não é apenas assistir a cultos, ler a Bíblia e fazer oração, mas que também significa olhar as carências dos que nos rodeiam e supri-las.
Cristo não morreu até que cuidasse e assegurasse o futuro da sua mãe.

  1. “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” Mateus 27:46

Deus nunca abandonou o povo de Israel, nem mesmo quando este o abandonou; não abandonou Daniel na cova dos leões; não abandonou Sadraque, Mesaque e Abdenego na fornalha de Nabucudonozor.
Jesus, ainda hoje, promete que não nos abandonará.
Todavia, naquele momento Ele estava a pagar o preço do pecado de toda a humanidade.
Esta não era uma experiência humana normal, foi única na História da humanidade – toda a iniquidade foi colocada e levada por um só coração, a maldição do pecado foi colocada sobre Jesus.
“Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós.” II Coríntios 5:21
“Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades.” Isaías 53:5
Tão complexa era aquela situação que, diz a Escritura, vieram trevas sobre a terra em pleno dia.
O desamparo de Jesus, na cruz, permite-nos hoje pedir e receber o perdão para todos os nossos pecados.
Num momento único na história o Pai abandonou o Seu querido e amado Filho, na altura em que Ele, como nosso substituto, sofria o castigo que nos estava destinado, pelos nossos pecados.

  1. “Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para cumprir a escritura, disse: Tenho sede.” João 14:28

Cristo não tem muito mais tempo de vida, e ao informar da sua sede estava a revelar a sua humanidade. Sentia dores e o sofrimento, como qualquer outro homem o sentiria, com as mesmas capacidades e carências físicas.
Ao bradar “Tenho sede.” Ele não mostrava apenas a sua necessidade humana, mas também proclamava um brado de vitória.
Um atleta que participa numa corrida e que já tem os seus olhos fixos na meta, não se importa com as dores ou com a sede. Só quando o seu objectivo se concretiza é que as necessidades físicas passam a ter importância.
Na cruz do Calvário Jesus tinha uma meta: Salvar o ser humano.
Jesus superou a dor, a fome, a sede – superou tudo para conquistar a vitória na meta.
O “tenho sede” revela que Cristo havia completado a Sua missão.

  1. “Está consumado” João 19:30

Tudo está consumado! O cálice da cólera que vos estava destinada foi derramado sobre mim até à última gota! O cálice dos meus sofrimentos e ignomínias já transborda.
A minha missão está cumprida!
A expectativa da terra está satisfeita!
Os votos do céu atendidos!
O Universo resgatado!
O demónio vencido!
A idolatria abatida!
A Lei abolida!
A nova Aliança foi selada!
A igreja foi estabelecida!
Consumado está!!!
A infinita dívida dos homens, pecadores, está paga!
A sentença da condenação foi anulada!
O céu foi aberto! Tudo está reparado!

Está consumado! Que todos possam ouvir estas palavras, que soam como música divina em todos os recantos do Universo.
Nada fica que o homem tenha de fazer, apenas lhe é pedido que aceite a obra consumada de Cristo.
Está tudo feito, tudo pago, tudo consumado...
No entanto, isto não tem validade alguma se tu não o aceitares, se não reconheceres que precisas, e se não correres para os braços de Jesus.

  1. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” Lucas 23:46

As pessoas geralmente morrem da mesma maneira que viveram, e a vida de Jesus foi uma vida de entrega, de dependência e de submissão. E é isso que Ele faz no momento da partida: entrega-se ao Pai.
Depois de Jesus pronunciar estas palavras expirou. As trevas tornaram-se mais cerradas, a terra convulsiona-se, as rochas partem-se e desmoronam-se, abrem-se sepulturas, o grande e pesado véu do templo é rasgado de alto a baixo. O próprio oficial romana que presidia à crucificação exclamou: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus.Mateus 27:54b
“Toda a multidão que ali estava presente, vendo o que havia acontecido voltaram batendo no seu peito.” Lucas 23:48
Que nós, hoje, e perante tudo aquilo que ouvimos, possamos baixar as nossas cabeças, betar no peito e reconhecer que a culpa é nossa, o lugar na cruz pertencia-nos, mas Ele ocupou-o por nós.
A Ele toda a glória!

Estudo Biblico Domingo de Pásco - Cova da Piedade

Resultados ou benefícios da Ressurreição de Jesus

Texto base: Mateus 28. 1- 10

E, se Cristo não ressurgiu, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé(I Coríntios 15.15)

  1. Fornece uma base firme para a nossa fé


  • Em Deus

Que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a nossa fé e esperança estivessem em Deus” (I Pedro 1.21)

O Senhor provou ser Deus ao ressuscitar Jesus dentre os mortos. O Pai, ao ressuscitar Jesus, testemunhou a autenticidade da pregação de Jesus. Nenhum homem pode ressuscitar um morto, logo, se Jesus, como homem, ressuscitou, isso tem que ser obra de Deus, que assim quis dar um sinal comprovante da messianidade do Ressuscitado.


  • Em Jesus

A Sua ressurreição provou que Ele era tudo aquilo que Ele disse ser:

e foi declarado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos” (Romanos 1.4)

Cristo não foi feito Filho de Deus por ressuscitar, mas declarado Filho de Deus pela ressurreição dentre os mortos.

Se Cristo tivesse permanecido no túmulo não haveria razão para crer que Ele fosse diferente de todos os que morreram antes dele, seria mais um profeta, mais um homem de Deus, um rabi, um mestre, um sábio, mas não o Messias, não o Filho do Altíssimo.

Os Judeus pelo menos duas vezes pediram a Jesus um sinal que confirmasse o que Ele afirmava, para crerem n’Ele.

Nas duas ocasiões Ele deu um sinal que apontava para a sua ressurreição:

  1) O Exemplo do profeta Jonas – Mateus 12.38-40.

       2) A destruição e a reconstrução do templo em três dias – João 2.18-21


  1. Fornece a garantia do perdão dos nossos pecados

Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9)

A salvação vem aos que crêem que Deus ressuscitou a Jesus dos mortos. Crer que Deus ressuscitou a Cristo dos mortos é crer que Ele conquistou a morte e o inferno e crer, também, que os que têm fé Nele conquistarão a morte e o inferno, pois estão unidos com Ele.

A Justificação do pecador é confirmada pela ressurreição de Jesus:

Ele foi entregue por nossos pecados, e ressurgiu para nossa justificação” (Romanos 4.25)

É pela ressurreição que o crente tem a certeza que Deus se agradou do sacrifício feito por Jesus em nosso lugar.

Quando Cristo ressuscitou dentre os mortos, essa foi a declaração de aprovação, da parte de Deus, da obra redentora de Cristo.

Ressuscitando Cristo dentre os mortos, Deus Pai estava de facto dizendo que aprovava a obra de Cristo de sofrer e morrer por nosso pecados, que a Sua obra tinha sido completa e que Cristo não tinha mais nenhuma necessidade de permanecer morto.

Não havia mais nenhuma pena a ser paga pelo pecado, nenhuma ira de Deus, nenhuma culpa ou motivo de punição – tudo havia sido completamente pago, e não sobrou culpa alguma.

Isso explica porque Paulo pode dizer que Cristo ressuscitou para nossa justificação. Se Deus nos ressuscitou com ele (Efésios 2.6), então, em virtude da nossa união com Cristo, a declaração de aprovação de Cristo é também a sua declaração da nossa aprovação.

Dessa maneira a ressurreição de Cristo também forneceu uma prova final de que Ele havia obtido a nossa justificação.

Esse novo poder da ressurreição em nós inclui o poder para obter uma vitória cada vez maior sobre o pecado que permanece em nossa vida “o pecado não terá domínio sobre nós” (Romanos 6.14).

Podemos resumir dizendo que a obra salvífica de Cristo vai além da Cruz até ao Tumulo vazio.







  1. Temos um sumo sacerdote compreensivo, misericordioso e fiel nos céus

Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante a seus irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hebreus 2.17)

Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Romanos 8.34)

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25)


  1. Assegura ao crente o poder necessário para a vida e para o serviço a Deus

O apóstolo Paulo expressou o maior desejo de sua vida quando disse:

Para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte” (Filipenses 3.10)

No Antigo Testamento o grande milagre que sempre animava o povo a prosseguir, foi a libertação do Egipto e a passagem do Mar Vermelho.

Dezenas de vezes os profetas estimulavam a fé do povo, relembrando-os desse milagre.

Sem dúvida que a maior demonstração de poder da parte de Deus no Novo Testamento foi a ressurreição de Cristo. (Efésios 1.18-20)

Este é o poder que derrotou a morte.

  1. Garante-nos a Vinda do Espírito Santo, para habitar no crente

Jesus associou a Sua glorificação ao dom do Espírito Santo, conforme registou o evangelista João:
No último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se de pé, e clamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto dizia do Espírito que haviam de receber os que nele cressem, O Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado.” (João 7.37-39).

Todavia, digo-vos a verdade: Convêm que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós; mas se eu for, eu o enviarei.” (João 16.7).

Foi após a ressurreição de Jesus que Ele prometeu abertamente aos seus discípulos: “ (…) recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo (…)” (Actos 1.8).

Esse poder novo e intensificado para proclamar o evangelho, operar milagres e triunfar sobre a oposição do inimigo foi dado aos discípulos após a ressurreição de Cristo dentre os mortos e era parte do novo poder da ressurreição que lhes caracterizava a vida cristã.



  1. Garante-nos a segurança da ressurreição, da imortalidade e da semelhança com Cristo

A ressurreição de Jesus garante a nossa ressurreição.
A ressurreição de Jesus não é um assunto de mero interesse histórico, mas serve de protótipo da ressurreição de todos aqueles que colocam a sua fé em Deus.

Os Escritos do Novo Testamento ensinam que a ressurreição de Jesus não é um facto fechado em si, mas é o início de um processo que se estende a todos os remidos, por isso o apóstolo Paulo apresenta a Cristo como: “o Primogénito dentre os mortos”; desde a eternidade passada que Deus deseja fazer-nos semelhantes á imagem do seu Filho ressuscitado: “Os que Ele conheceu de antemão, também os predestinou a ser conformes á imagem de seu Filho, a fim de ser o primogénito entre muitos irmão” (Romanos 8.29).

Paulo afirma que na ressurreição de Cristo teve inicio a nossa própria ressurreição, que nos dá acesso á Sua presença e ás Suas riquezas: “estando nós ainda mortos em nosso delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus.” (Efésios 2.5-6), o apóstolo desenvolve este pensamento na epístola aos Colossenses 3.1-4 (Ler).

Paulo também diz que Cristo é as “primícias dos que dormem” (I Coríntios 15.20). Ao chamar Cristo de “primícias”, Paulo utiliza uma metáfora da agricultura para indicar que seremos como Cristo. Exactamente como “as primícias”, isto é, os primeiros frutos colhidos da apanha, mostram como o resto da colheita será para aquela safra, assim Cristo como “as primícias” demonstra como será o nosso corpo ressurrecto quando, na ”colheita” final de Deus, Ele nos levantar dentre os mortos e nos trouxer á Sua presença.

Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem” (I Tessalonicenses 4.14)

Sabendo que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus, e nos apresentará convosco” (II Coríntios 4.14)

Porque eu vivo, vós também vivereis” (João 4.19)

A Palavra de Deus nos revela Jesus como o Senhor das chaves da morte e do inferno.

“… Eu sou o que vivo; fui morto, mas estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1.18)


Conclusão: I Coríntios 15.54-57

segunda-feira, março 20, 2006

Estudo Biblico - Costa da Caparica 19 de Março

Somos Muito diferentes. Que bom…

Texto: Provérbios 30.18-19

Introdução: Nos últimos anos, vários pesquisadores descobriram (o que já todos desconfiavam) que homens e mulheres têm realidades biológicas, psicológicas e profissionais diferentes.

As diferenças entre os dois sexos são, algumas vezes, tão gritantes que é difícil imaginar como a atracção entre eles é tão forte.

A história da criação enfatiza a realidade de sentirmos necessidade de procurarmos um ao outro por causa das nossas diferenças. Adão, que vivia no único paraíso que a terra já conheceu, ele que não sentia dores nem derramava lágrimas. No entanto, mesmo vivendo no paraíso, a solidão crescia dentro dele de tal maneira. Que Deus concluiu que não era bom o homem estar só – faltava-lhe algo.

Há uma interacção inerente na união entre homem e mulher. O nosso parceiro completa as nossas falhas. Quando estamos desanimados, ele apresenta-se cheio de esperança. Quando somos agressivos, ele é generoso. Quando nos sentimos fracos, eles são fortes. Mas as nossas diferenças, se não forem compreendidas e aceites, passarão a ser fonte de discórdia e não de realização.

As diferenças entre homens e mulheres no casamento muitas vezes são desconsideradas, quando somos levados pelo mito que o nosso parceiro é igualzinho a nós - (foram feitos um para o outro, são exactamente iguais).

O alvo desta nossa meditação é ajudar-nos a perceber que os nossos parceiros, por pertencerem ao sexo oposto, pensam, sentem e comportam-se de maneira diferente.

Embora a ciência tenha mostrado que os homens e mulheres têm conexões diferentes – que a diferença dos sexos está muito relacionada com a biologia do cérebro e com a maneira de sermos criados – temos dificuldades em aceitar, considerações à parte, as nossas diferenças. E é aí que se encontra grande parte dos problemas conjugais.

Numa curta sondagem a homens e mulheres sobre as grandes diferenças entre eles as respostas são sempre previsíveis:
  • Os homens dizem que as mulheres:


  • São muito emotivas


  • Não sofrem tanta pressão para manterem o rendimento familiar


  • Geralmente negam o seu verdadeiro poder


  • Falam demais


  • As mulheres dizem que os homens:


  • São insensíveis


  • Não ajudam na lida da casa


  • Têm medo de ser vulneráveis e de perder o controle


  • Não escutam

Ao contemplarmos isto aprendemos duas coisas, em primeiro lugar, que existem diferenças previsíveis entre os sexos, em segundo lugar, que as diferenças tidas como estritamente pessoais entre marido e mulher são partilhadas pela maioria dos casais.

Para um casamento feliz, não basta reconhecermos as nossas diferenças e preciso aprender a valorizá-las (não eliminá-las)

O facto é que o homem é diferente da mulher, e os casais que reconhecem abertamente as suas diferenças e as valorizam aumentam as oportunidades de evitar uma discussão, bem como podem melhoram o seu nível de intimidade ao desfrutarem das diferenças um do outro.

(Exemplo: A questão do romantismo antes e depois do casamento)

As nossas diferenças não são raras, são universais: os homens são motivados pela conquista, e as mulheres, pelo relacionamento. Então, quando as diferenças entre sexos surgirem em seu casamento, não pense que o seu parceiro é um malvado. Ele não está tentando enganar; o que aconteceu foi que o casamento revelou as diferenças.

O que devemos fazer então para valorizar as nossas diferenças? Suprindo as necessidades especificas e inerentes ao sexo do nosso cônjuge. Normalmente, os homens tentam suprir as necessidades que consideram importantes, e as mulheres agem da mesma maneira. O problema é que as necessidades do seu marido não são as mesmas que as suas, e a mulher não pode supri-las fazendo o que faria por outra mulher. Da mesma forma, as necessidades das mulheres são diferentes das do marido, e ele não conseguirá supri-las fazendo o que parece ser natural ao homem.

O importante é que o marido e a mulher precisam “esforçar-se” para irem além de si mesmos, levando em consideração as necessidades do outro e depois satisfazendo-as.




O Que Todo o Marido Deve Saber Sobre a Sua Mulher

As necessidades mais básicas de uma mulher são: atenção, compreensão e respeito.

  • Ela precisa de atenção (muita atenção)
Sem querer, o marido pode esquecer-se de uma das necessidades mais importantes de sua mulher: atenção. Os homens geralmente não se lembram disso por não sentirem uma necessidade tão forte de atenção como as mulheres.

Isso, no entanto, não deve ser uma desculpa, a sua mulher precisa de atenção. Ela precisa saber que é a numero 1 na sua vida, se em alguma ocasião o marido tiver que escolher entre sair com os amigos ou passar a noite com ela, ela precisa de saber que o marido escolheria ficar com ela.

O que é que o irmão, como marido, pode fazer para dar atenção á sua mulher? Pense quantas vezes por dia diz: Eu Te amo. Alguns homens não sentem a necessidade de declarar estas palavras, mas as mulheres têm uma necessidade insaciável de ouvir.

Oferecer um pequeno presente ou fazer um telefonema só para dizer: Estava a pensar em Ti.

Como homens não percebemos o poder que exerce sobre a esposa um carinho ou uma gentileza que o marido faça, nem alcançamos o quanto isso faz com que a mulher se sinta apreciada.


  • Ela precisa ser compreendida
Uma das frases mais usadas pelas mulheres é que nós não estamos a ouvir. A questão não é se nós ouvimos mas como nós as ouvimos. Normalmente elas expõem o seu problema e nós vamos interrompendo e dando conselhos, mas não é isso que ser ouvida significa para a mulher - o que ela deseja não são conselhos mas ser compreendida, ou seja, reconhecermos e aceitarmos os seus sentimentos, ser solidário com o seu sofrimento, sentir os seus sentimentos, mostrar que as entendemos. Normalmente os homens, em vez de ouvirem, fazem um sermão.

Para suprir essa importante necessidade que as mulheres sentem de serem compreendidas, é preciso ouvi-las activamente, demonstrando que entendemos o que ela está a dizer e a sentir, desejando com sinceridade compreendê-la.

Nunca é demais dizer que: as mulheres precisam saber que seus sentimentos são reconhecidos e aceites. Elas precisam que nós vejamos e sintamos o mundo á maneira delas, em vez de dizermos que elas não deveriam ver as coisas daquela maneira.

È muito difícil para os homens entenderem que, ás vezes, tudo o que as mulheres precisam é de alguém que as ouça ou de um abraço reconfortante, uma frase amorosa como: “estás magoada, não estás? ou “Estás a passar por um momento de grande pressão?

A única maneira de mostramos que compreendemos as nossas mulheres é estarmos prontos para ouvi-las, sem termos que apresentar soluções rápidas.


  • Ela precisa ser respeitada
As mulheres quando não são respeitadas, sentem-se inseguras e perdem o senso de identidade. Por isso é tão importante dar atenção especial á necessidade que as nossas mulheres têm de ser respeitadas.

Há várias maneiras de demonstrarmos que as respeitamos, em primeiro lugar não tente modificá-la, nem manipulá-la, mas respeite as suas necessidades, desejos, valores e direitos.
Respeitar alguém significa que a incluímos nas nossas decisões, não há nada pior que um marido que detém todo o poder num casamento e toma todas as decisões sem escutar ou considerar as opiniões da sua mulher. Não existe maneira mais rápida de destruir o senso de identidade de uma mulher e acabar com a possibilidade de ter um casamento feliz.

Ajude a sua mulher a aumentar a sua auto-estima e a desenvolver a sensação de segurança. Pedindo a ajuda dela sempre que for possível, mesmo nas pequenas coisas.

Respeitar a nossa mulher significa também apoiá-la nos seus sonhos e aspirações.

Respeitar é dizer: Eu apoio-te, és importante para mim e não precisas ser diferente do que és.

O Que Toda a Mulher Deve Saber Sobre o Seu Marido

As necessidades básicas do homem no casamento são: ser admirado, ter autonomia e realizarem actividades (lúdicas) juntos.

  • Ele precisa ser admirado
Ser admirado é uma necessidade básica do homem, Ele mede seu esforço por seus ganhos, grandes ou pequenos, e precisa ser reconhecido.

Não há nada mais importante para um homem do que a admiração da sua mulher, quando um homem não é admirado pela sua mulher ele começa a perder a motivação. Sem a sensação de ser admirado a energia masculina esgota-se, ele começa a sentir-se insatisfatório e incapaz de dar apoio.

Quando não são admirados os homens perdem a vontade de agir. As mulheres por vezes não fazem ideia do como uma crítica pode ser destrutiva para o poder pessoal de um homem (se for em público ainda pior) e como um elogio pode elevar a sua força.

A admiração é o combustível de que os homens precisam para não desanimar. Eles extraem forças da admiração. No entanto nunca finja a sua admiração, para ter valor a admiração precisa ser sincera.

  • Ele precisa de ter autonomia
Ao contrário das mulheres os homens quando estão a passar por algum problema ou por alguma coisa que os perturbe não desejam atenção mas sim espaço, precisam de ficar sós.

Os homens sentem-se melhor a pensar em como resolver os problemas enquanto as mulheres falando sobre os problemas. Sempre que um homem estiver sobre tensão ele precisa de espaço, é nessas alturas que os homens costumam ficar distraídos, apáticos, pensativos e preocupados. Ao contrário das mulheres os homens raramente querem falar sobre o assunto, não querem ser acarinhados nem consolados – pelo menos até terem o seu tempo para si mesmos.

Normalmente quando os homens chegam a casa não querem falar de como correu o seu dia desejam, sim, relaxar, ler o jornal, ver televisão, regar a relva, ver os mails, qualquer coisa que os ajude a relaxar a mente para depois poderem voltar-se para o relacionamento conjugal.

São coisas de homem e se a mulher conseguir dar essa autonomia ao seu marido terá um marido feliz.

  • Ele precisa que façam coisas juntos
Uma das grandes diferenças entre marido e mulher é a ideia que cada um tem sobre intimidade afectiva. Para maioria das mulheres intimidade afectiva significa, partilhar segredos, falar sobre as coisas, fazer carinhos, etc.; Já o homem lida com a intimidade de maneira diferente, ele relaciona intimidade com o “fazendo coisas juntos”.

Os maridos dão grande importância á companhia da sua mulher nas suas actividade lúdicas ou recreativas, que elas partilhem dos seus passatempos, daquilo que lhes dá prazer. Querida irmã, faça uma lista daquilo que dá prazer ao seu marido fazer e encontre coisas que possam fazer juntos.

Pode ser alguma actividade desportiva, acampar, monopólio, fazer uma caminhada, ir á pesca, nadar, assistir aos jogos de futebol do seu marido, preparar lições de escola dominical juntos, etc., o importante é fazerem coisas juntos.

Querida irmã se conseguir atender ás necessidades de companhia do seu marido, vocês não serão apenas marido e mulher mas serão também os melhores amigos.

segunda-feira, março 13, 2006

Estudo Biblico - Costa de Caparica 12 de Março

Tema: Tempos difíceis

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis. (II Timóteo 3.1)

A palavra traduzida por “difíceis” significa “insuportáveis, violentos, brutais, selvagens”.

Esta palavra aparece somente numa outra passagem do Novo Testamento, em Mateus 8.28, onde o autor descreve dois homens endemoninhados, furiosos e incontroláveis. Esses homens, dominados por demónios, eram selvagens (como um animal não domesticado ou como uma tempestade que não tem controle). Esta é a palavra utilizada em Timóteo, traduzida como difíceis: duros de suportar, possuidores de uma fúria incontrolável. Estamos vivendo em tempos selvagens, eles não estão para chegar; eles já chegaram.

Basta pararmos para reflectir sobre o que temos presenciado nos noticiários diários nas nossas televisões, nos últimos meses, semanas ou dias.

Um estudo publicado por Stephen Covey nos Estados Unidos retrata-nos a nossa sociedade da seguinte maneira: Ao longo dos últimos 30 anos, a situação famílias tem mudado poderosa e drasticamente. As taxas de nascimentos ilegítimos têm aumentado mais de 400%. O índice de famílias encabeçadas por apenas um dos pais mais do que triplicou. A taxa de divórcios e separação duplicou. O suicídio envolvendo adolescentes quase quadruplicou. (…) Actualmente, o problema de saúde número um para as mulheres americanas é a violência doméstica. Um quarto de todos os adolescentes contraem uma doença sexualmente transmissível antes de terminarem o liceu/secundário.

A nossa civilização não está a evoluir, as coisas não estão a ficar melhores, pelo contrário estão cada vez piores. Isso significa que precisamos de esperança, precisamos saber que há uma luz ao fundo do túnel, que há uma mudança no horizonte e que a Bíblia nos ensina a como viver em tempos difíceis os quais há muito foram anunciados por Jesus como um sinal evidente da Sua vinda. Os evangelistas relatam as palavras de Jesus:

  • Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o nosso Senhor. (Mateus 24.42)

  • Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, á hora em que não cuidais, o Filho do homem virá. (Mateus 24.44)

  • Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito. (…) Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo. (…) Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa. (…) O que, porém, vos digo a todos: vigiai! (Marcos 13.33,35,37)

  • Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem. (Lucas 21.34-36)

Muitas pessoas surpreendem-se ao saberem que, por mais de trezentas vezes, no Novo Testamento os eventos futuros da vinda de Jesus são anunciados. Sendo verdade que Jesus está para vir e que nós estamos vivendo nesses dias de tempos trabalhosos, como é que nós devemos viver?

Quais são as instruções da Palavra de Deus para as pessoas que vivem nesses dias perigosos, selvagens e difíceis, nos quais os governos, as escolas, a nossa vizinhança e os relacionamentos familiares estão fora de controle?



  1. Vamos seguir modelos/exemplos de Fé

Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência, perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou. E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. (II Timóteo 3.10-12

Paulo está a dizer a Timóteo para que ele seguisse o seu exemplo. Seguir o modelo de fé significa aprender com o exemplo e dar ouvidos ás instruções daqueles que são modelos de fé e conduta cristã nos dias de hoje. Imitamos as suas virtudes, admiramos o seu carácter, relembramos o que enfrentaram.

O capítulo 11 de Hebreus está cheio de exemplos de homens e mulheres de fé a serem seguidos e imitados nos dias de hoje.

Não devemos pensar que pelo facto dos nossos dias serem maus que não existem pessoas dignas de serem seguidas e imitadas nos seus exemplos de carácter e de fé.

Quando olhamos para esses arautos da fé do passado que tanto padeceram e sofreram por amor a Cristo e vemos que eles venceram, nós podemos assumir que se eles conseguiram nós também o vamos conseguir; se eles venceram nós também o podemos fazer.

  1. Vamos permanecer nas verdades Bíblicas

Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. (II Timóteo 3.13-15)

Se nós permanecermos na verdade da Bíblia seremos bem sucedidos em tudo o que fizermos.

Prezados irmãos, vamos ser exemplos vivos da permanência na Palavra de Deus, para os nosso filhos, netos, vizinhos, colegas de trabalho, amigos, por que a seu tempo essa semente vai germinar e dar fruto, Paulo dizia a Timóteo para ele permanecer naquilo que havia recebido lá no seu passado na sua infância: (…) trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. (II Timóteo 1.5)

Caros irmãos, vamos aproveitar todas as oportunidades para trazer instrução Bíblica àqueles que nos rodeiam; em vezes de perdermos tempo com futilidades vamos aproveitar o tempo para ensinar as verdades bíblicas para que a seu tempo as mesmas possam florescer nos corações e nas vidas em que foram semeadas.

Num mundo onde todas as coisas se têm tornado cinzentas e sem definição, onde tudo é relativo, a Palavra de Deus ainda delimita claramente a fronteira entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, entre a bênção e a maldição.

  1. Proclamemos a mensagem de Cristo

Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. (II Timóteo 4.1-2)

Numa época da história como aquela em que estamos a viver não existe uma mensagem semelhante, por isso temos que pregar a palavra de Deus. Estejamos preparados. Sejamos consistentes na nossa fé. Vamos crer a tempo e fora de tempo. Não tomemos a forma deste mundo, mas vamos repreender, admoestar, exortar, não com um espírito mordaz, mas com amor e compaixão. Paulo diz para o fazermos com grande paciência e com o propósito de ensinar.

Caro irmão, individualmente, o irmão vai onde mais ninguém pode ir, toca vidas que mais ninguém pode tocar, logo o irmão é a pessoa que deve anunciar a mensagem de Cristo na sua esfera de influência e o apóstolo diz-nos que temos de fazer isso a tempo e fora de tempo. Devemos entender estas palavras de forma literal: faz isso quando for conveniente ou não, quando tivermos vontade ou não, se for Inverno ou Verão, quando a mensagem for apreciada ou não, devemos fazê-lo quando as pessoas se mostrarem abertas e receptivas ou quando não o fizerem.

Nestes dias difíceis e perigosos, quando todos os tipos de mensagens são veiculadas, de formas variadas, formando uma balbúrdia de sons, e grande variedade de entretenimentos e todo tipo de novidades buscam atrair a nossa atenção, existe algo especial na simples declaração do evangelho que soa mais alto que tudo o mais que o mundo pode oferecer e que alimenta os corações famintos.

  1. Vamos manter uma vida exemplar

Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (II Timóteo 4.3-5)

As pessoas podem discutir a sua filosofia, negar a sua teologia, apresentar-lhe toda a sorte de argumentos, todos os tipos de afirmações e deixá-lo de lado ou desconsiderar o que o irmão diz. No entanto, há uma coisa que elas não serão capazes de negar: uma vida exemplar. Há algo especial e diferente numa vida dedicada á gloria de Deus numa universidade, num escritório, de tal modo que as pessoas ao nosso redor não podem ignorar ou desprezar essa maneira de viver.

Mantenha uma vida exemplar. Mesmo quando as pessoas não suportam a sã doutrina vamos manter a calma e viver uma vida santa para a glória de Jesus.

Conclusão:

Ao terminarmos esta nossa singela reflexão é necessário deixar algumas notas finais diante do facto de estarmos perante os últimos dias e Jesus nos dizer para estar preparado como é que nós podemos permanecer preparados?


  • Considere a sua vida como uma oferta a Deus, em lugar de um monumento para a humanidade (II Timóteo 4.6)


  • Lembre-se de que completar bem a carreira é a prova final da que a verdade funciona (II Timóteo 4.7)


  • Fixe seus olhos na recompensa celestial e não nas efémeras seduções terrenas. (II Timóteo 4.8)


  • Se Jesus viesse hoje estaríamos preparados, estaríamos a viver de forma agradável a Deus? Jesus vem, irmãos! Que nos possamos consolar uns aos outros com estas palavras e que todos possamos orar: vem Senhor Jesus que o teu povo está pronto e anelando pela Tua vinda.